“um barco com velas enfunadas penetra rio adentro,
elemento icónico na paisagem ribeirinha, surge
na bruma matinal. Os dois corpos que simbolizam
velas dão forma a um átrio vertical que rasga o
hotel permitindo vista sobre o rio. Os panos laterais
das “velas”, em terliça metálica, abraçam a
torre diluindo-se no seu fuste numa simbiose perfeita
com a preexistência.”
Nuno Leónidas, arquitecto
O Hotel Myriad é uma das três torres que Lisboa tem à beira Tejo, e como tal foi concebido como um elemento icónico, numa forte relação com o Rio
A inspiração surgiu na praia a olhar o mar e foi desenhada com dedo na areia… Depois foi trabalhar na sua materialização
Envergar uma vela num mastro existente, buscando o equilíbrio plástico com a pré-existência de forma a que parecessem ter nascido um para o outro. O espaço disponível, e a morfologia do lote condicionaram por um lado, e por outro induziram a forma de um navio.
O átrio central será algo de cortar a respiração quando se entra no Hotel. E a vista do SPA no último piso é sublime…
A solução proposta assenta em três conceitos base:
• Integração
• Transparência
• Design
A integração entre o Hotel e a Torre resulta de uma simbiose entre duas formas com funções distintas, que se aglutinam num todo homogéneo, porém com identidade própria. A partir dos arcos de circunferência geradores da forma da torre, procurou-se justapor o Hotel de forma a explorar concordâncias sugeridas. A simbiose resulta igualmente numa interpenetração virtual do fuste da Torre no Hotel, como que o rasgando em dois, definindo assim um espaço interior de fruição pública. O Hotel, por sua vez, abraça a Torre através do prolongamento das superfícies curvas dos seus alçados.
Resultam assim dois corpos que envolvem um Átrio central, cujo usufruto não se restringe aos seus utentes. No vazio, entre as duas velas, com a sua enorme transparência o Átrio assegura a manutenção das vistas sobre o Rio, que se desfrutam do percurso dos elevadores panorâmicos da Torre.
Este contraste, criado pelos dois corpos maciços, de geometria curvilínea, como Átrio transparente, constitui a essência do projecto. O Átrio é, de certo modo, gerado pela Torre, que, ao rasgá-lo, como que prolonga através dele as linhas de vista panorâmicas oriundas dos elevadores. Por isso, por estar também ao serviço da Torre, constitui um elemento aglutinador da composição. Pelo efeito de surpresa assim criada, é um espaço que convida à descoberta
A terceira linha de força prende-se com a Decoração que nasce da concepção arquitectónica em que o design e a modernidade estão presentes em cada elemento. Para constituir um espaço de sonho, juntou-se a sofisticação presente nos tons preto e prata subtilmente temperados pela presença do vermelho. O conforto e a informalidade completam este ambiente cosmopolita.
É esta a singeleza da concepção do Hotel, em que a carga simbólica e o subtil diálogo das formas curvas, enfatizam a simbiose resultante das duas formas – Hotel e Torre -, que se entrelaçam como se feitas uma em função da outra.
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FICHA TÉCNICA
Arquitectura:
Nuno Leónidas, Vasco Leónidas, Duarte Tenera, Ana Oliveira
Decoração:
Teresa Leónidas
Áreas relativas ao Sana Myriad
Área de construção acima do solo – 12.790m2
Área de construção abaixo do solo – 3.030m2
Área do Restaurante no piso 0 – 323m2
Área das Salas de Eventos e Foyer no piso 1 – 388m2
Área do SPA no piso 22 – 620m2
Nº de unidades de alojamento – 186
Nº de piso acima do solo – 22
Nº de pisos abaixo do solo – 2
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