Marlim Restauração Apartamentos

O projecto de reabilitação do edifício Marlim Restauração Apartamentos teve como objectivo converter o edifício existente, uma casa burguesa portuense do século XIX, em 7 apartamentos de diferentes tipologias, todos usufruindo do generoso espaço ajardinado localizado no interior do terreno. A qualidade e a personalidade do edificado revelou, desde logo, o potencial na sua reabilitação e reutilização, tendo ficado claro que a mesma teria que ser feita com grande respeito pelo existente.

A intervenção pretendeu dotar a preexistência, constituída por 4 pisos, de melhores condições de habitabilidade, salubridade e conforto, salvaguardando o seu carácter, personalidade e memória. Manteve-se e recuperou-se o essencial da edificação, adaptando-a às funcionalidades introduzidas pelo novo programa e às vivências contemporâneas. As demolições resumiram-se a algumas paredes e vãos interiores, tendo sido mantidos e recuperados, na medida do possível, toda a estrutura em madeira, os pisos em soalho, a cobertura em telha, a caixa de escadas, tectos interiores trabalhados, frisos, guarnições, rodapés, paredes e caixilharias. Em alguns casos as caixilharias foram adaptadas ou substituídas por novas de desenho idêntico, de forma a responder às novas exigências habitacionais, designadamente a segurança e o conforto térmico e acústico. A intervenção passou essencialmente pela construção de novas cozinhas e novos banhos, localizados tanto quanto possível junto à caixa de escadas, de forma a concentrar os ductos técnicos verticais, minimizando o impacto da intervenção. Optou-se ainda por fazer o aproveitamento do vão do telhado, constituindo tipologias em duplex, onde se localizou um quarto com banho privativo, espaços estes, iluminados e ventilados por clarabóias

O conjunto ficou enriquecido com a requalificação do logradouro de usufruto comum, dotando-o de uma generosa área verde, com boa exposição solar, rasgada por um percurso longitudinal em gravilha e rematada ao fundo pelo alpendre, que foi recuperado e onde se localizou uma zona de estar. Ao longo do percurso foram plantadas ervas aromáticas e mantiveram-se as duas japoneiras existentes, complementadas com novas japoneiras e laranjeiras, funcionando como complemento visual e parte integrante do conjunto.