– A presença exuberante da Natureza em todo o território do Minho foi um eixo estruturante para o desenvolvimento conceptual destas cavalariças. O projeto, inserido numa propriedade tipicamente minhota é marcado por uma forte componente natural, na região onde a expressão da vegetação, natural e com intervenção humana, é visualmente preponderante.
Neste âmbito, a intervenção da Visioarq teve como premissa principal o enquadramento do novo edificado com a envolvente ambiental. A madeira natural de pinho como material principal surge naturalmente enquanto solução, a compor não só os revestimentos exteriores e interiores, como a própria estrutura dos edifícios a criar.
Os elementos estruturais assumem-se claramente enquanto protagonistas do edifício, sendo a partir deles que tudo o resto se vai desenvolver. O esqueleto é base da forma e tudo o resto assume uma leitura acessória. Com esta hierarquização pretende-se de alguma forma que o natural não perca o protagonismo e a importância que merece, crescendo ao longo do tempo, envolvendo e integrando cada vez mais o edificado proposto. A utilização da madeira ao nível da fachada e vãos, com mais ou menos aberturas permitiu ainda obter, em termos funcionais, um controlo importante ao nível da iluminação e ventilação natural, conferindo o conforto desejado a este espaço.
As opções ao nível dos detalhes não foram esquecidas, com todas as ferragens e acessórios a serem desenhados originalmente para estes picadeiros, materializando a simplicidade e funcionalidade pretendidas para um espaço com uma identidade muito própria, onde o contacto com os protagonistas do mundo equestre se faz de forma vincadamente sensorial.
Para diluir ao máximo o peso de cada estrutura edificada na envolvente, foram criados em termos funcionais dois núcleos distintos que, apesar de separados física e visualmente, estão muito próximos funcionalmente. São eles as Cavalariças por um lado e o Picadeiro Coberto por outro, ambos complementados com uma Guia Eléctrica e um Picadeiro Exterior. Pretendeu-se com esta solução de fragmentação que cada unidade seja descoberta aos poucos e em momentos diferentes, à medida que se percorre a propriedade, valorizando-se o factor surpresa com a criação de vários momentos distintos.
Estes dois edifícios principais são ainda complementados por um Paddock de Éguas, estrutura de menor dimensão apoiada por um redondel, respondendo de forma integrada ao programa funcional pedido.
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Projeto
Localização
Vila Nova de Famalicão, Portugal
Arquitetura
Arquitetos Responsáveis
Nuno Poiarez, Pedro Afonso, Vicente Gouveia
Paisagismo
VISIOARQ Arquitectos
Colaboradores
Telhabel Construções S.A.
Fotografias
Área bruta construída
1150 m2
Ano de conclusão do projeto
2019