Museu da Ruralidade

O Museu da Ruralidade é um equipamento que resulta da ampliação da preexistência Casa da Leda, situada no limite Noroeste da vila de Entradas, na planície de Castro Verde, Alentejo. Pretende-se que o espaço museológico divulgue às gerações futuras as tradições orais, os dialectos e expressões locais, os ofícios e os saberes intrínsecos ao campo, actualmente em extinção.

A Casa da Leda, estava implantada num lote rectangular, assumindo uma forma em “U”, de braços assimétricos que não encerravam o pátio central. A nova proposta, potenciando a existência de novas salas de exposição, completa a forma, prolongando a preexistência, encerrando o pátio e transformando-se num volume compacto, massivo e branco.

Rasgando na diagonal o polígono branco, o pátio adquire o carácter de rua interior que agrega a entrada de carroças, o percurso de visita e a saída. Na zona do vértice diluído pelo rasgo, a perspectiva é intencionalmente dramatizada e reforçada através de um portão cuja escala enobrece o edifício, que assim se distingue do casario envolvente.

“Recuperar o Património é entender uma pré-existência, os seus valores, lógicas e potencialidades.  Uma intervenção consistente elege, sublinha ou transforma partindo de uma leitura atenta da pré-existência e das suas possibilidades de adaptação, a um novo programa ou a um novo tempo. Na sua transformação da casa da Leda, casa Rural, em Museu, parte do legado da implantação de uma pequena casa com o seu anexo rural, transformando-a, numa forma clara, em construção em torno de um pátio. Opera-se com as expressividades dos espaços que, não perdendo a sua memória de espaços rurais, ganham a consistência necessária para o programa do Museu. Altera-se a escala, imposta pela passagem de privado a público, pela introdução de uma abstracção nos elementos em presença, entrada, janelas/portas, arcos e espaços que lhe conferem esta nova escala adaptada e aberta ao novo uso.” (Manuel Aires Mateus, Lisboa, 2011)