A opção para a implantação do edifício POC Caldeirão, que serve a observação e comando da barragem do Caldeirão em situações de emergência, recaiu sobre duas plataformas existentes em betão, localizadas em posição contígua a umas escadas que permitem o acesso a uma via pedonal que leva ao interior da barragem.
Um dos pontos que reforçou esta opção de implantação foi o facto de permitir que a construção do POC:
– não aumentasse a área de impermeabilização existente na área;
– simplificasse o processo administrativo (licenciamento), reduzindo em cerca de 6 meses o prazo para o início das obras.
Por outro lado, o apoio do edifício numa plataforma estável excluiu a necessidade de se executarem fundações, o que permitiu reduzir a pegada ambiental, tal como o valor final da obra.
Uma vez que a área necessária para o cumprimento das funções a que o edifício se destina se encontrava entre os 30 e 36m2, foi necessário dividir o edifício em dois, uma vez que cada plataforma não dispunha de mais do que 20m2.
O projeto convergiu assim num POC com dois volumes, onde cada um serve uma diferente função, nomeadamente:
– sala de comando, com mesas de comando (para PC’s, entre outros), quadros elétricos e instalação sanitária;
– sala de reuniões, com mesa de reuniões com lugar para 12 pessoas, incluindo armários para arquivo.
Do ponto de vista volumétrico, o edifício é predominantemente opaco, tendo aberturas que permitem criar relações visuais com os órgãos de descarga da barragem, mas também a entrada de luz natural, evitando ao máximo a utilização de luz artificial durante o dia.
Por questões de sustentabilidade, de economia e de rapidez de execução, tentou-se sistematizar e simplificar o uso dos diferentes materiais e sistemas construtivos.
Partindo da reutilização de contentores marítimos (“upcycling”) para a definição dos volumes, definiu-se o revestimento exterior dos mesmos em reboco térmico projetado com 5cm de espessura.
Como cor de acabamento exterior definiu-se o vermelho ocre, que permitiu destacar o edifício na paisagem, fazendo jus à sua função de relevo, mas também associando o edifício a uma tonalidade presente na marca EDP à data da sua definição.
Numa altura em que as consequências das alterações climáticas estão cientificamente comprovadas, a utilização de materiais recicláveis é crucial. Mas não é menos importante a aposta na reutilização de materiais existentes, o que evita a produção de mais matéria e a libertação de mais poluentes para a atmosfera.
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Projeto
POC Caldeirão
Tipologia
Edifício industrial
Função
Posto de Observação e Controlo (POC)
Localização
Guarda, Portugal
Promotor
EDP Energias de Portugal
Arquitectura
Pedro Geraldes
Equipa de projeto (EDP)
Pedro Geraldes (arquitetura), Mariana Oliveira (arquitectura – estagiária), Maria Eugénia Resende (coordenação de engenharia), Marco Fernandes (estruturas), Pedro Vieira Soares (engenharia eléctrica), Adriano Soares (hidráulica), Tiago Ferreira (segurança)
Empreiteiro
Calado & Duarte
Fotografias (obra concluída)
Paulo Alexandre Coelho
Área
35m²
Ano
2018