Praça Pública da Quinta do Brasileiro | “Filigrana de madeira”

Praça Pública da Quinta do Brasileiro | “Filigrana de madeira” – Esta obra situa-se na Quinta do Brasileiro, em Corroios, Seixal. Trata-se de uma intervenção em espaço público cujo propósito central é servir a comunidade residente, proporcionando condições para as actividades desenvolvidas nesta praça que constitui o coração social daquele contexto urbano densamente povoado.

Inserção urbanística

O uso da madeira é adoptado numa perspetiva de criar uma “pausa” num contexto urbano complexo, num quotidiano agitado e confuso, onde a madeira impõe desde logo um contraste intencional com esta realidade. Outro aspecto que nos parece importante é a preservação das árvores de grande porte existentes no local, factor orientador do desenho da estrutura principal da pérgola. Assume-se como um esqueleto origami com 110 m2 que acomoda a natureza envolvente e define os limites da intervenção. O desenho, com triangulações cujos eixos se prolongam pela praça através dos bancos, integra todo o conjunto da praça e respectivos pavimentos numa área de 915 m2.

Filigrana de madeira

A estrutura é uma “filigrana de madeira” com vários níveis hierárquicos, com particular atenção aos pormenores. Todas as ligações são ocultas, todos os entalhes foram previamente preparados com recurso a uma intensa engenharia de detalhe que incorpora ligadores metálicos no interior das peças estruturais e algumas ligações químicas com utilização de resinas. Algumas das peças caracterizam-se por estarem a levitar sobre o pavimento. O mesmo sucede com os bancos, que simulam igualmente uma leveza inusitada que os define, com a ajuda das instalações eléctricas integradas. A este nível a iluminação é um aspecto crucial no reforço das linhas de força estruturais e arquitectónicas, através de fitas led embutidas na própria madeira e que reforçam a tridimensionalidade, como teia imaginária. A madeira é certificada, Pinus Radiata, sendo a estrutura lamelada colada e o reguado maciço, com tratamento em autoclave e classe de risco 3.2. Utilizaram-se 21 m3 e 750 m/l de madeira.