O edifício existente, uma quinta Minhota, estava abandonado à cerca de 40 anos e em avançado estado de degradação. A casa principal resultada da sucessão de vários acrescentos orgânicos que não comunicavam entre si. Os pisos não tinham comunicação interior entre si, a sua lógica de fachada, não tinha entre corelação com os pisos superiores.
O projecto implicou a manutenção de toda a envolvente, tornando a sucessão de acréscimo num todo, isto sem alterar as fachadas e alturas da construção. Para além do mais, os vários corpos da casa tinham cotas diferenciadas, acompanhando o terreno.
A primeira dificuldade do projecto foi tornar as partes num todo.
A segunda dificuldade do projecto implicou que o existente fosse mantido, logo toda a nova estrutura, em vez de ser implementada como um elemento independente da reabilitação, foi idealizada como
complemento da construção existente. Isto implicou reforços estruturais das paredes existentes com lâminas reboco armado com redes malha sol, reforço de fundações e viga de coroamento.
Por último, foram utilizados materiais do sítio da construção, pissara retirada das escavações do reforço de fundações, e esteios de granito das vinhas, para restaurar as paredes exteriores e realizar a as
cantarias do novo vão.
Toda a construção utilizou técnicas tradicionais e mão de obra da região.
A conjunção destes fatores, assim como as limitações orçamentais do cliente, tornaram este num projecto particularmente demorado e complexo, onde o papel que nos coube ultrapassou largamente o Atelier, assumindo muitas vezes o papel de gestor de processo para viabilizar o bom termo do investimento e a qualidade da construção.
Projeto
Quinta em Vilar de Mouros
Localização
Vilar de Mouros, Portugal
Arquitetura
Borges de Macedo Arquitetura
Arquiteto Responsável
Filipe Borges de Macedo Arq.
Fotografias
Borges de Macedo Arquitetura
Ano do Projecto
1997-2000
Ano de Construção
1999-2003