A proposta inscreve-se num terreno com a área de 1697m², sendo 112m² de área coberta que correspondia a uma moradia de dois pisos e sótão em ruína, cuja totalidade dos pavimentos se aproximava dos 300m².
Dos 1697m² de terreno, apenas 600m² possuíam capacidade construtiva, sendo a área restante de Reserva Agrícola.
A topografia era caracterizada por uma forte pendente, sentido Poente – Nascente, dividida em dois socalcos com uma diferença total de cota de 9m. A área construtiva estava isolada da via pública e cercada pela Reserva Agrícola, abaixo da cota da rua.
O conjunto construído era composto por uma habitação, eira a sul, e espigueiro.
A casa estava assente sobre rigorosos muros de xisto, o revestimento do piso elevado e a eira eram de ardósia.
Demolimos o piso superior, salvamos o r/c e as ardósias da eira.
À semelhança da antiga habitação, a nova incorpora-se na morfologia do terreno, prescindindo de frente urbana, promovendo o diálogo com a belíssima paisagem agrícola
que se estende no sentido oposto à rua.
A casa ocupa a área bruta de 643,20m² distribuídos por 3 pisos. O acesso da rua, possui umas escadas e um corredor descoberto até ao coração da casa, o pátio central onde se localiza a entrada.
O piso 0 (nível -2, abaixo da cota de rua) foi alvo de uma operação de reabilitação e de ampliação. É ocupado por funções sociais e apoio ao logradouro. A norte, o interior deste piso é ventilado e iluminado por um pátio que outrora foi adega. O novo coexiste com o velho.
O piso 1 (nível intermédio) organiza-se em volta de um pátio maior (recortado pelo pátio do piso 0) e destina-se à atividade familiar diária. A norte a entrada pelo aparcamento coberto, conduz os habitantes à cozinha através de um corredor. As salas expõem-se ao logradouro, a sul.
O piso 2, visível da rua, foi dedicado ao descanso. Sobrepõe-se parcialmente ao volume do primeiro andar, abriga o espaço de entrada e o pátio. Está dividido por três quartos e respetivas dependências.
As coberturas são planas. A cobertura do piso 1, à cota da rua, constitui uma esplanada orientada ao horizonte.
A nova construção (integralmente em betão armado) é uma massa negra de ardósia assente nos muros da base da antiga casa em xisto enquadrada pelos antigos socalcos de granito e xisto.
https://www.instagram.com/noarq_noarquitectos/
http://ultimasreportagens.com/
localização Santo Tirso, Portugal
autor NOARQ – arch. Jose Carlos Nunes Oliveira.
colaboradores arq. Hugo Araújo, arq. André De Oliveira, arq. Juliana Costa, arch. Joana Pinto, arq. Luís Lima, arch. Daniel David Viana.
área de intervenção 2011.00m²
fotografia Ultimas reportagens | Fernando Guerra, Sérgio Guerra