O desenho das instalações Spectris Innovation Centre Porto apresentou-se como um exercício auto infligido. A falta de contexto referencial, provocada pela decisão de expansão de um dos corpos do edifício existente para um espaço de armazém anexo completamente inerte, foi o ponto de partida para o estudo da ocupação e edificado exterior, tanto quanto para o design e dinâmicas funcionais entre os múltiplos espaços de contacto de ambos os lotes.
A localização privilegiada junto ao aeroporto do Porto, metro e vias rápidas ajudou na decisão tomada de ocupar o edifício vizinho.
O conjunto com cerca de 650 metros quadrados é caracterizado pela configuração em armazém de volumetria regular, rectangular, com o seu eixo longitudinal orientado nordeste-sudoeste e com nave central. A divisão é vertical e acontece em 02 pisos na zona dos antigos escritórios ( a norte ) e a sul acedemos a um logradouro com cerca de 500 metros quadrados.
A entrada é a primeira unidade funcional que define a simbiose entre o passado e a inovação solicitado ao presente. Esta é a premissa onde o conceito criativo para o projeto se apoia, através de um programa ambicioso para a criação e distribuição de cerca de 60 postos de trabalho em open space, numa fusão entre áreas de reunião, zonas de trabalho em equipa, espaços individuais e o expectável tempo de descompressão e lazer.
O open space central, articula assim a comunidade em espaços de reunião e de estar com os espaços de trabalho em equipa numa convergência de usos, funções e escalas inequívocas para residentes tanto quanto para o visitantes.
Os espaços de reunião acompanham esta escala em proporção e sobretudo na ocupação do espaço existente : partindo do auditório como elemento gerador de diferentes espaços ( em si e circundantes, próprios e até resultantes sobrantes ) os quais se aliam aos contentores confinantes e estruturantes ( agentes de controlo de acesso e limite ao piso superior ) e ainda como elemento estrutural para crescimento da equipa em piso superior suportado nestes pontos de apoio preliminares.
A escala segue ainda na definição estaminal do espetro de uso com micro pontos de contacto onde podemos, individualmente ou em grupo, prolongar o espaço primário de performance.
Performance máxima implica uma pausa, recuperação e por vezes o escape. A colocação da copa no espaço de logradouro propõe exatamente esse momento de meditação e contemplação, seja pela presença do coletivo ou do indivíduo, o espaço exterior é apropriado e no qual podemos livremente respirar.
A ligação com o ginásio e a sala de jogos, justifica a atitude sustentável de conforto e bem estar nos espaços de escritório modernos, em complemento à condições individuais de cada posto de trabalho individual.
Como elemento uniformizador de todo o espaço, o sistema original +system que por si só define áreas, funções e estados de espírito.
Projeto
Spectris Innovation Centre
Cliente
Detailsmind, HBM Fibersensing e HBK Porto
Localização
Rua Vasconcelos Costa, Maia, Portugal
Arquitetura
studium
Arquiteto responsável
Sérgio Miguel Magalhães
Colaboradores
Catarina Rodrigues, Hugo Martins, Miguel Barbosa e Tiago Nogueira
Fabricantes
KNAUF – D127, K761U, ULTRACOUSTIC PLUS P – (paredes e tetos)
VALCHROMAT – SYW YELLOW 19mm (revestimento paredes)
FORBO – Tessera create space 1, Surestep Original (revestimento pavimento)
CIN – Vinylmatte, Cinacryl (tinta)
CINCA – serie Arquitetos (cerâmica)
ROCA – Meridian, L20, Euret, Instant, T500, Luna, Delight (equipamento sanitário)
DELABIE – 510601S, 449 (equipamento sanitário)
TECHNAL – caixilharia
JNF – ferragens
EFAPEL – Apolo 5000 (infraestrutura elétrica)
TROMILUX – versatis – P black Gold LED (iluminação)
LUMITEK – Surface Round Led )iluminação)
GUIALMI – NoS, T50, Marea Collection (mobiliário)
Fotografias
Ivo Tavares Studio
Área total construída
658,50 m2
Ano de conclusão
2019