Torre 261

Torre 261

– Urbanisticamente, o terreno encontra duas escalas distintas. A Norte, uma escala de edifícios de quatro e cinco pisos, a Sul pela interceção de uma via de acesso ao parque do Rossio, após a qual a escala muda para uma cércea de dois pisos e tipologia de moradia unifamiliar. De modo a não existirem empenas planas e rígidas e tentando relacionar com as várias influências da envolvente, assumimos uma rotação dos pisos levando esse deslocamento a quatro alçados distintos e que provocam movimentos e jogos de sombra particulares. Esta rotação permite fazer um jogo de vivências distintas na qual as orientações dos apartamentos vão sendo diferentes e com pontos de vista diferentes no contato com a paisagem envolvente.

O desenvolvimento do edifício acompanha no piso térreo o ângulo que o lote descreve a nascente, iniciando a partir desse ponto as torções do corpo das habitações, assumindo-se o corpo das comunicações verticais como o elemento agregador e que fecha a frente de rua de uma forma regular, mas que através do seu material de revestimento, visualmente permeável, deixa perceber o desenvolvimento do edifício nos restantes alçados.

A proposta desenvolve-se de forma transversal ao terreno permitindo um maior aproveitamento da exposição solar bem como uma menor necessidade de movimento de terras.

A forma assumida, está assente numa compreensão do local e de toda a sua envolvente, sendo que o piso térreo procura uma relação mais honesta com o terreno à cota baixa, assumindo-se de forma regular em relação à frente de rua, e permitindo assim que os outros pisos fossem refletindo as várias influências da envolvente criando assim pontos de enquadramento distintos para cada um dos pisos e das habitações dando-lhes assim um carácter único e distintivo, sendo cada habitação um elemento com identidades e características próprias. Este jogo de volumes provoca não só enquadramentos de paisagem distintos, mas também permite espaços exteriores singulares, visto esse espaço estar sempre intimamente ligado à relação entra a cobertura do piso inferior e a laje de pavimento do superior.

Neste contexto a caixa de escadas e as comunicações verticais assumem um papel importante pois definem a frente de rua, agregando todos os pisos e estabilizando um alçado bastante marcado pelo movimento e tensões resultantes dessas torções.

A proposta contempla um programa com 4 habitações T2 e duas habitações T3. No que diz respeito às habitações T2, todas elas desenham as suas circulações no interior do piso, deixando assim sempre a zona de fachada para as divisões, permitindo o seu contacto com a paisagem e integrando-a em todas as divisões como parte da decoração.

O mesmo conceito de integração da paisagem foi transposto para a tipologia T3 sendo que neste caso o facto de ocupar todo o piso permite que a circulação logo após o átrio de entrada na habitação defina claramente o espaço mais público e mais privado da casa, resguardando este último.

TAGS
LINKS
FICHA TÉCNICA

Projeto

Torre 261

 

Localização

Amarante, Portugal

 

Promotor

Privado

 

Arquitetura

 

Arquiteto responsável

João Abreu

Colaboração

João Vasconcelos
Bruno Soares

Fotografia

Ivo Tavares Studio

 

Área

950,00 m²

 

Ano projeto

2015

 

Ano conclusão

2020

FOTOGRAFADO POR
PDFS
Galeria
projetos RELACIONADOS
PUBLICIDADE