Contexto urbano
A intervenção foi feita num edifício da década de 1990 que apresentava uma cobertura não habitável de duas águas em telha, com acesso exclusivo a partir das tipologias do último piso. O edifício localiza-se numa zona nobre da cidade de Lisboa – Campo de Ourique – e a possibilidade de fazer uma ampliação vertical era uma solução bastante apetecível, já que se conseguiria duplicar a área do apartamento.
Edifício pré-existente
O apartamento, de tipologia T3 e distribuído num único piso, tem uma orientação solar Nascente-Poente. A sala e cozinha estão orientadas a Poente e os três quartos, apoiados por duas casas de banhos, a Nascente. A cobertura existente, em telha, apresentava uma altura reduzida e não tinha qualquer isolamento térmico, o que tornava este último piso termicamente muito desconfortável.
Conceito e programa
As necessidades programáticas desta família com quatro filhos passavam por ter um espaço polivalente de grandes dimensões onde pudessem conviver e brincar. Esta zona deveria ser apoiada por zonas de arrumação o mais generosas possível. Dada a localização do edifício, no cimo de uma colina, também pretendiam um terraço para usufruir da vista envolvente. A nossa intervenção foi, dessa forma, conduzida pelas necessidades programáticas e pelos condicionalismos urbanos. Estes factores conduziram à manutenção da cobertura em telha com duas águas e à criação de um terraço no lado tardoz do edifício. A estratégia passou por criar um espaço amplo, aproveitando as zonas de maior pé-direito disponível, onde se desenvolvem três zonas distintas – escritório, zona das crianças e zona de estar. As zonas de pé-direito reduzido foram aproveitadas para delimitar os espaços de arrumação.
Materialidade
A intervenção procurou desenvolver uma linguagem muito simples, integralmente em madeira. As duas paredes de topo foram mantidas com a cor branca, dando força ao gesto arquitectónico da intervenção. No terraço procurámos atingir uma relação de continuidade entre o interior e o exterior através de vãos envidraçados de grandes dimensões e da continuidade do pavimento em madeira. A delimitação do terraço foi feita através de uma guarda com um desenho simples e bastante transparente.
Projeto
TQ62
Localização
Lisboa, Portugal
Arquitetura
Boost studio
Ano projeto
2015–2016
Estado
Concluído
Tipologia
Residencial
Área
86 M²
Fotografia
Francisco Nogueira