Conversas com Serralves | A Arquitetura evolui com a espécie? A espécie condiciona a arquitetura? – Enquanto humanos, somos finitos. Enquanto representação do tempo, de um tempo, a arquitetura roça a eternidade. Enquanto humanos, temos vivido cada vez mais tempo, mas sabemos as limitações do tempo. Enquanto construção artificial dos espaços e amálgama de múltiplos saberes, a arquitetura é o mais poderoso laço de união entre os tempos. Da Antiguidade clássica à contemporaneidade, os edifícios concebidos e imaginados pelo homem, sobrevivem ao homem.
A maior parte de nós vive o seu dia a dia sem prestar atenção às soluções arquitetónicas que nos rodeiam, seja no espaço público, seja no domínio privado. Um dia as nossas vidas passam por uma transformação de tal ordem radical e ameaçadora, que somos forçados a confrontar-nos com as perguntas nunca antes feitas. Queremos saber como poderão, a arquitetura e os arquitetos, contribuir com soluções novas para resolver problemas que, não sendo novos, ganham agora nova pertinência.
Estão os arquitetos conscientes do seu impacto na sociedade? Está a sociedade atenta à importância dos arquitetos? Numa sociedade cada vez mais envelhecida, há respostas novas para serem dadas no domínio do projeto e da construção da casa? A saúde e o bem estar ocupam o essencial das preocupações humanas nesta fase do século que vivemos. Será a boa arquitetura uma questão de saúde e bem estar? A arquitetura importa?
Sempre a arquitetura nos afetou enquanto coletivo. Faz parte das nossas vidas. Interfere no modo como vivemos. Ainda assim, será que a arquitetura nos interessa? À volta destas questões e outras ainda nem sonhadas, desenvolver-se-à a conversa entre Manuel Sobrinho Simões e Eduardo Souto de Moura, com moderação de Valdemar Cruz.