Casa Alberto Bramão – O apartamento situado no característico bairro de Alvalade dos anos 40 possui uma área de 48 m2, o que se tornou um desafio para um projecto que visava a criação de um apartamento T2 com ampliação da sala existente.
O maior desafio consistiu exactamente neste ponto, na criação de uma sala / sala de jantar, mantendo dois quartos e uma cozinha mais funcional. Neste sentido, o desenho de uma peça versátil que se tornou na “espinha” deste espaço foi a solução encontrada para resolver os problemas de definição e transição de áreas, bem como arrumação.
A cozinha manteve-se na área original da casa, mas com um desenho completamente contemporâneo, potenciando-se a arrumação através de nichos e optimizando o espaço, sem deixar de produzir uma leveza que anteriormente não existia. A bancada foi ampliada, através da instalação de uma península que contempla também o frigorífico e despenseiro. A prateleira colocada por baixo da janela permite refeições rápidas, sem necessidade da utilização da sala de jantar.
A separar a cozinha da restante área, encontra-se esta peça em contraplacado de bétula que começa no hall por fazer um bengaleiro e que, conjugada com as diferenças de cotas no pavimento (devido a questões técnicas), permite a transição de áreas e organização dos espaços. Esta “caixa” que atravessa toda a casa alberga a lavandaria, uma estante para a sala e as entradas dos quartos e instalação sanitária. O material faz um contraste com o resto do apartamento predominantemente branco, o que oculta também as entradas nas áreas mais privadas da casa, uma vez que as portas pivotantes, no mesmo material, funcionam como planos praticamente ocultos na configuração da peça. Assim, a ocupação da sala / sala de jantar torna-se amplamente mais vasta, pois é destruído o corredor, quer fisicamente quer em termos visuais.
Para além dos quartos e instalação sanitária, onde os espaços foram aproveitados ao máximo para arrumação, foi construído um closet na mesma carpintaria.
No que diz respeito aos materiais, manteve-se o pavimento original em tacos de madeira e as paredes pintadas de branco evidenciam o elemento central em contraplacado de bétula, ampliando a luz natural que entra por duas janelas de peito e uma de sacada. Na cozinha e instalação sanitária optou-se por materiais com tons neutros, como a pedra mármore Ibiza e cerâmicos com padrões cinzas, a fim de se potenciar a luz, devido à diminuta área destes espaços.
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Lisboa, Portugal
Arquiteto Responsável
Filipa Taborda e Marta Galvão Teles
Fotografia