Paço de Pombeiro

LUGAR
Trata-se do projecto para um turismo de habitação, localizado numa quinta com cerca de 10 hectares de terreno, dos quais 90% destinado a vinha. No interior do terreno das várias pré-existências, destacam-se o edifício principal do séc. XVI e uma série de pequenas construções muito degradadas e/ou em ruína (casa dos caseiros, lojas de animais e cozinha rural).

PROGRAMA
O programa consistia em recuperar a casa principal e criar um novo edifício para, no conjunto, alojar um máximo de 22 pessoas, mais salas de apoio ao turismo e uma piscina exterior.

No edifício principal, uma construção com cerca de 500 anos, procurou-se intervir o menos possível de forma a não se perder a sua identidade, nem descaracterizar a arquitectura existente. Criaram-se casas de banho, infra-estruturas e adaptou-se alguns espaços interiores aos novos usos, biblioteca, cozinha e serviços.

Numa paisagem de forte componente rural, o novo edifício dos quartos é concebido a partir do existente, todos os espaços de apoio repartem-se pela casa principal, que serve igualmente de habitação permanente aos proprietários, e pelas ruínas, reminiscências ocupadas no seu interior por diferentes espaços e funções.

Os novos quartos surgem confortáveis e protegidos no interior de um volume unitário localizado a uma cota mais baixa e perpendicular ao edifício principal de forma a garantir a privacidade dos hóspedes. Pelo exterior, o novo edifício procura não sobressair na envolvente, a sua forma e textura surge da ideia de não adicionar algo ao terreno, estando a sua volumetria fortemente condicionada ao existente e à ideia de subtracção. Integralmente realizado em betão aparente, as suas paredes exteriores foram trabalhadas de forma a aproximarem-se da textura e tonalidade do terreno após a realização das secções durante as escavações.

As torres que marcam a entrada de cada um dos quartos guardam as formas das ameias do edifício principal e potenciam no observador diferentes experiências na relação com todo o contexto.

O acesso individual e exterior, através de caminhos em saibro, idênticos aos dos campos em redor, procura aproximar os visitantes ao carácter rural da paisagem envolvente.

QUARTOS
Os quartos, no interior, dividem-se em três zonas distintas, á entrada encontra-se uma sala de estar voltada para um grande envidraçado com vistas para os campos a sul. Uma parede a meia altura separa a zona de dormir servindo de cabeceira para a cama que se volta para o interior, para um pequeno pátio junto á casa de banho.
Com esta disposição consegue-se proteger as áreas de maior privacidade sem se prejudicar a relação do quarto com a paisagem. O interior, paredes, tecto e pavimento estão pintados com a mesma cor para garantir o conforto e uniformidade do espaço interior.