Categorias: Clínicas
O espaço a implantar a clínica caracterizava-se por duas fachadas envidraçadas a nascente e a ponte, pela amplitude vertical e pela sua largura relativamente reduzida. Essas características, assim como a orientação solar definiram em grande parte o desenho do espaço.
A área da receção e sala de espera caracterizam-se por uma grande caixa branca que flutua no ar tirando partido da amplitude espacial. O principal fator para a criação deste volume deveu-se à necessidade de controlar o calor excessivo que se fazia sentir nesta área ao final do dia, resultado da luz direta que entra pelo envidraçado da fachada principal. O interior deste grande volume suspenso mimetiza a imagem de um telhado de duas águas, na procura de apelar ao imaginário infantil do individuo, remetendo a uma sensação de reconhecimento e consequente familiaridade. Do “telhado” uma série de lâmpadas flutuam no ar, preenchendo o espaço de luz.
Em termos organizacionais, a grande dimensão da caixa empurra as principais áreas de trabalho para a fachada posterior. Este posicionamento dos gabinetes médicos junto à fachada posterior é tudo menos casual. Devido à orientação solar, estes espaços são banhados diariamente por uma luz reflectida pelo céu que proporciona óptimas condições de iluminação para as actividades a que se propõe o programa.
Lateral ao volume suspenso uma elegante escada guia-nos para a pequena sala de espera situada no piso superior. Debaixo do acesso vertical uma parede espelhada cria a ilusão de um espaço mais largo, resolvendo o problema da estreiteza que se poderia sentir ao entrar na Clínica. Já no piso superior deparamo-nos com uma janela localizada ao nível dos pés que relaciona visualmente os dois pisos. Este elemento é primordial na perceção do espaço. Ao entrar na Clínica o vão recortado na caixa quebra com a clausura da mesma, e conduz o olhar do observador a uma orientação diagonal. A vontade de induzir o observador neste movimento é intencional já que garante ao utente uma perceção automática e inconsciente da real dimensão do espaço.
Por toda a clínica os elementos naturais assumem um papel preponderante. Apelando a uma sensação de frescura e conforto, ajudando no controle de luz direta e de privacidade e cumprindo uma função lúdica em certos casos.
Por exemplo, no gabinete de estomatologia os elementos vegetais localizados no exterior assumem uma grande importância visual. A ideia é criar uma distração ao utente baseada no movimento constante das folhas, assim como nos efeitos luz/ sombra criados pela acção do vento. Assim pretendemos criar um novo foco de atenção ao utente, na espectativa de diminuir qualquer sensação desagradável que possa ser causada pelo tratamento.
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FICHA TÉCNICA
Projeto
Centro clínico
Arquitetura
Paulo Merlini
Contacto
91 257 97 91
merlini.arq@gmail.com
Cliente
Clinova
Local
Rua Dr. José Luís Araújo, Nº 74
C.P._4435-154 Rio Tinto
Gondomar
Data de conclusão da obra
05/ 2012
Fotógrafo
João Morgado
Contacto do fotógrafo
912 905 727
FOTOGRAFADO POR
PDFS
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