De acordo com o último Big Shed Briefing da Savills, a ocupação do espaço industrial e logístico atingiu 1,54 milhões de metros quadrados no primeiro semestre de 2018, um aumento de 25% em relação ao ano passado e 33% acima da média de longo prazo. A procura voltou a ser sustentada pela atividade de retalho online, responsável por 28% de todas as transações.
Este aumento levou a uma ligeira queda na oferta, passando de 2,63 no início do ano para 2,58 milhões de metros quadrados no primeiro semestre de 2018. No entanto, atualmente, a Savills acompanha mais de 845.000 m² de desenvolvimento especulativo em 49 unidades, que deverão ser entregues em 2018/19. Com os promotores a tirarem partido da popularidade do setor, o mercado atingiu o nível mais elevado em mais de 10 anos.
Em todo o Reino Unido, as East Midlands obtiveram um semestre histórico com mais de 371.000 m² contratados, quase o dobro registado no primeiro semestre de 2017. As principais transações na região ocorreram no East Midlands Gateway, onde foram concluídos quatro negócios em Built to Suit, totalizando cerca de 185.000 m². Noutras zonas, tal como Sudeste ou em Yorkshire, foi registado um maior volume de área contratada no primeiro semestre do ano do que em todo o ano de 2017, com vendas de grandes dimensões de terrenos. Como foi o caso em Bedford para a B&M e o Aldi, bem como a Clipper Logistics que contratou 57,135 m² em Sheffield, o maior negócio deste ano para uma unidade de segunda mão.
Kevin Mofid, Head of Industrial Research da Savills, comenta: “À medida que nos aproximamos do segundo semestre, o ritmo atual de aceitação compara-se aos níveis de 2016, o melhor ano em termos de ocupação industrial. Com isto em mente, ainda há uma série de grandes exigências por satisfazer no mercado, o que nos coloca numa ótima posição para outro ano excecional”.
A Savills observa que, do início de 2018 até à data, 55% de toda a procura de espaço teve origem através do setor de retalho, aumentando 25% em 2017, o que demonstra que muitos retalhistas continuam a reorganizar e reestruturar as suas cadeias de fornecimento enquanto lidam com as mudanças estruturais nos hábitos de compra dos consumidores do Reino Unido.
Do mesmo modo, o setor da produção continua ativo, representando 15% de todo o espaço transacionado em 2018. Dependendo do impacto do Brexit na UE nos futuros acordos comerciais, existe a possibilidade dos produtores manterem uma maior quantidade de inventário no Reino Unido, o que poderá traduzir-se em mais procura de espaços para armazéns.
Richard Sullivan, Head of Industrial and Logistics da Savills, acrescenta: “O que está claro é que o setor de retalho continuará a influenciar o futuro do nosso mercado. Os retalhistas online têm um papel fundamental no setor da indústria pela natural cadeia de fornecimento. Além disso, com o impacto do Brexit a tornar-se visível, será interessante perceber como poderá afetar o setor, em particular no que toca à procura em todo o Reino Unido”.
