
A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, STCP, lançou, com a assessoria técnica da OASRN, a 4 de Janeiro de 2010, o “Concurso de Concepção para a Elaboração do Projecto de Requalificação do Edifício do Museu do Carro Eléctrico – Porto”.
O Júri foi presidido pelo Arqt.º José Gigante, em convite pelo Conselho de Administração dos STCP, e constituído pelo Arqt.º José Carapeto, designado pela Câmara Municipal do Porto, pelo Arqt.º José Salgado, designado pela Casa da Arquitectura, pelo Arqt.º Nuno Brandão Costa, designado pela OASRN e pela Dra. Cristina Pimentel, pelo Eng.º José Castro Vide e pelo Eng.º Gil Joaquim de Sá, designados pelos STCP.
O período para apresentação de propostas terminou a 12 de Abril, tendo sido admitidas 49 propostas, o elevado número e a qualidade da generalidade dos trabalhos suscitou da parte do júri uma manifestação de agrado, que destacou o contributo decisivo das mesmas para a afirmação da “(…) importância da Arquitectura e de toda a interdisciplinaridade que lhe está subjacente, para o desenvolvimento e afirmação do projecto museológico do Museu do Carro Eléctrico.”
De entre os projectos apresentados, o Júri do Concurso deliberou pela seguinte ordenação, dos 10 primeiros classificados:
1.º Classificado – Thomas Kröger Architekt
2.º Classificado – Pedra Líquida, Lda (coordenação de Nuno Grande)
3.º Classificado – Pedro Tiago Pimentel – Arquitecto (em colaboração com Camilo Rebelo)
4.º Classificado – SJGS Arquitectos, Lda
5.º Classificado – Pedro Santos Arquitectura, Lda
6.º Classificado – Aurora Herrera Gomez
7.º Classificado – Cláudio Vilarinho, Arquitecto
8.º Classificado – José Juan Fructuoso Sempere
9.º Classificado – Edite Rosa & Joaquim Almeida, Arq. Lda
10.º Classificado – Fase – Estudos e Projectos, SA
Conforme refere o Relatório Final, o Júri considera que o concorrente Thomas Kröger apresenta “uma proposta conceptualmente muito bem articulada e estruturalmente segura, tendo como princípio uma clara leitura do programa, através da sua hierarquização e organização funcional, e consideração pelos edifícios existentes.”
“A solução valoriza e retrata os elementos arquitectónicos presentes, pela introdução “cirúrgica” de novos, em diálogo construtivo com a configuração espacial e a estrutura original, valorizada e ampliada no seu protagonismo arquitectónico.”
“Destaca-se nesta proposta, a forma como foi resolvido o acesso ao edifício e a entrada no museu, de um modo simples, óbvio e funcional. Sem introduzir roturas na linguagem das pré-existências, a escadaria de acesso e a plataforma marcam, no entanto, a sua presença urbana, constituindo elementos definidores da composição geral, criando simultaneamente um foyer de acesso ao museu, à cota baixa, e através da construção de uma escadaria metálica e transparente, e constituição de uma plataforma/terraço, que prolonga os espaços do novo museu para o exterior e para a vista do rio.”
“Em resumo, trata-se de uma proposta realista, de teor algo clássico e racionalista. Sólida organização e imagem consistente para o programa que, pela sensibilidade da intervenção, valoriza o lado poético e histórico da pré-existência e a possibilidade do seu diálogo com novas construções”.
A proposta apresentada pelo concorrente Pedra Líquida, Lda é “(…) fortemente apoiada na geometria de um percurso urbano que se desenvolve lateralmente ao edifício, na continuidade dos “Caminhos do Românico”. Para construir uma métrica própria, adequada ao programa, ao seu uso e à sua expressão construtiva e formal, estabelece uma “passagem”, que nasce no exterior e penetra no edifício, conformando o museu e valorizando a orgânica deste percurso, rasgando a sala das máquinas e propondo a visibilidade transversal dos espaços.”
Realçando “(…) a qualidade espacial da diversidade dos espaços propostos, na sua variação volumétrica e geométrica (…)”, refere ainda o Júri que “o jogo de cheios e vazios e a tridimensionalidade estrutural da composição resultam formal e plasticamente na revelação de uma linguagem entre o racionalismo do programa e o referencial de outros equipamentos, realçando o carácter público do edifício.”
O concorrente Pedro Tiago Pimentel – Arquitecto, apresenta uma “proposta de grande audácia conceptual, reinterpretando em simultâneo a escala e linguagem do sítio, articulada com o imaginário urbano e a expressão narrativa do ícone museológico.”
Realçando a “(…) qualidade arquitectónica da proposta, a sua originalidade e risco (…), o Júri ressalta “(..) ainda a riqueza espacial da estrutura proposta, que não se sustenta apenas na sua geometria parietal, mas também na diversidade de espaços, que se vão sucedendo verticalmente entre volumes em relações diversificadas com a cidade, os seus referenciais tipológicos, numa reinterpretação das formas e geometrias existentes.”
Ao concorrente classificado em 1.º lugar será atribuído um Prémio de Consagração no valor de 12.500€, sendo ainda atribuídos Prémios de Participação aos concorrentes classificados em 2.º e 3.º lugares, de respectivamente 10.000€ e 7.500€, e de 1.000 € aos concorrente classificados entre o 4.º e 8.º lugares.
A Exposição dos Trabalhos admitidos a concurso estará patente no Museu do Carro Eléctrico, durante o respectivo horário de funcionamento, de 9 de Julho a 26 de Setembro de 2010.
fonte: oasrn
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1.º Classificado – Thomas Kröger Architekt
2.º Classificado – Pedra Líquida, Lda
3.º Classificado – Pedro Tiago Pimentel – Arquitecto