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Como planear uma nova cidade reformulando a antiga de forma sustentável. Os arquitetos desempenham um papel crucial nesta abordagem.
Numa época em que a sustentabilidade da presença humana na Terra é posta em causa, somos cada vez mais desafiados como arquitectos a “construir de forma sustentável”, em vez de estabelecer directrizes para repensar as estruturas já existentes.
Uma grande parte das nossas cidades está sitiada pelo imobiliário e pela alocação insuficiente de financiamento público para reabilitar os imóveis existentes. O foco é claramente a construção enquanto actividade económica, não o problema da habitação ou mesmo a crise climática.
O nosso objectivo como arquitectos, mas mais do que isso a nossa instrumentalização social, deveria ser redireccionar para pensar não na acção, mas na educação e na consciencialização do nosso espaço social dentro do nosso espaço construído. Haver comunidade é garantir que os espaços que constituem a nossa vida pública (praças, câmaras municipais, museus, …) estejam rodeados pelo cidadão privado, por Habitação. Como podemos planear uma nova cidade reformulando a antiga?
Devemos olhar os edifícios no seu estado actual de vazio e reformulá-los antes que se tornem ruínas. Porquê ter medo de reimaginar objectos, usos e significados existentes e trabalhar com os espaços públicos que conhecemos, rodeando-os das pessoas que dele se servem e o representam? No século XX, a Arquitectura Modernista rompeu com as tipologias existentes para procurar um caminho completamente novo. Agora, cem anos depois, vemos o fracasso do princípio modernista de romper com o passado e de assumir que a história pode ser catalogada em grupos e categorias organizados.
Onde é que a política estatal falhou? Onde é que a iniciativa privada se sobrepôs? Talvez o verdadeiro passo radical será a pura ocupação, a negação do exercício estético geométrico em prol da compreensão comportamental do habitar. Incentivar a manutenção é compreender os períodos históricos enquanto camadas num contínuo de problemáticas que sempre afectaram a vida urbana, aqui se coloca o desafio. Os mecanismos instalados têm que deixar de ser de pura transacção económica para ser um catalisador de ocupação.
Foto © Megafone P3 Tingshu Wang