Dia 25 de maio de 2019 foi um dia maravilhoso para estar em Lisboa!
Nesse dia e no dia seguinte decorreu a iniciativa Jardins Abertos e, com visitas guiadas gratuitas ou visitação livre deram a conhecer-se diversos jardins públicos ou privados que estruturam a cidade!
O Centro Ismaili revela-se um equipamento fundamental no bairro das Laranjeiras pelo seu efeito tampão entre as movimentadíssimas vias Eixo Norte-Sul e Avenida Lusíada, criador de oportunidades de abstração da envolvente e contemplação do belo. Com referências a diversos elementos culturais e paisagísticos portugueses, é uma celebração do diálogo intercultural e religioso. A entrada é sublime com os seus carateres cúficos (representam os atributos humanos para os ismaelitas) gravados na pedra lioz, completamentada pelo claustro com flores da época, qual referência máxima à herança cultural comum a árabes e cristãos: o jardim persa murado, o “pairidaeza” (paraíso <-> paisagem).
Os percursos em calçada de vidraço meandrisam-se pelo jardim que envolve o centro em variadas texturas e dinâmicas sazonais, associados ao peculiar e contrastante uso de granito para vencer desníveis.
Em todo o espaço são ensaiados diversos exercícios de simetria e de libertação desta em pavimentos e fachadas com materiais e temas variados, o que permite que cada espaço tenha um caráter bem peculiar e diferenciado.
Ao fim da tarde pude ainda regalar as vistas no Parque urbano da Quinta da Granja, cujos amplos prados, enquadrados por formosos conjuntos de choupos, tílias e pinheiro-mansos, convidam a usos recreativos e ao relaxamento, e nos abstraem da envolvente urbana da Luz, sem no entanto, a tentar esconder.
Para além das funções ecológicas, visuais e de amenidade urbana, o parque conjuga também a integração de uma ciclovia, estrutura cada vez mais fundamental na cidade e as importantes funções sociais e de multifuncionalidade e resiliência promovidas pelas bolsas de hortas comunitárias e extensos prados de corte sazonal ou para eventual pasto.
