Início em 11/10/2019 até 11/10/2019

O ciclo multidisciplinar “E Contudo, Elas Movem-se! Mulheres nas Artes e nas Ciências”, organizado por Ana Luís Amaral, Maria Clara Paulino e Marinela Freitas, tem como propósito homenagear o contributo de várias mulheres em diferentes áreas profissionais, bem como dar conta da sua história e do gesto de rebeldia que foi o de desafiarem e ultrapassarem os limites culturalmente associados ao seu sexo.
“E contudo, elas movem-se…na arquitetura”, uma das iniciativas programadas no âmbito deste ciclo, pretende dar visibilidade às mulheres arquitetas, destacando o seu pioneirismo na área e sublinhando os obstáculos que elas tiveram (e continuam a ter) de ultrapassar para serem (re)conhecidas na profissão.
Foi em 1890 que, pela primeira vez, se atribuiu o diploma de arquiteta a uma mulher nos Estados Unidos. Em Portugal, teríamos de esperar até aos anos 40 do século seguinte para que as duas primeiras mulheres se licenciassem em Arquitetura nas universidades portuguesas. Ainda que representem hoje quase metade dos inscritos na Ordem dos Arquitetos, as mulheres continuam a ter de lidar com preconceitos vários (desde a obra ao atelier), bem como com a falta de representatividade nos lugares de decisão. Dar voz ao trabalho das mulheres arquitetas é, pois, uma forma de ajudar a construir novas narrativas em que homens e mulheres, igualmente, possam contribuir para a história da área.
Patrícia Santos Pedrosa, Jorge Figueira e Joana Pestana Lage serão os oradores convidados desta sessão. Caberá a Patrícia Santos Pedrosa falar da construção de novas narrativas que trabalhem e considerem as narrativas das mulheres arquitectas como um desafio conceptual e metodológico, como uma demanda fundamental para a investigação, para o ensino e para a própria profissão. O arquivo de Maria José Marques da Silva (1914-1994), a primeira mulher diplomada em arquitetura na Escola das Belas Artes do Porto (1943), a segunda mulher arquiteta em Portugal, será o ponto de partida para a intervenção de Jorge Figueira. Dos trabalhos académicos aos registos fotográficos do casamento com David Moreira da Silva, entre a “inventariação” e a “invenção”, serão várias as interrogações que coloca: Do interior do arcaísmo português, mesmo que moderno, é possível re-projetar uma feminilidade para Maria José Marques da Silva? Um arquivo pode reconstruir uma personagem? Joana Pestana Lages abordará a dimensão associativa, apresentando a Associação Mulheres na Arquitetura. Fundada em 2017, a MA tem tornado visível o trabalho de mulheres arquitetas, refletindo e criticando o desenho da cidade e das suas políticas, com vista à criação de um ambiente construído mais igual e diverso. Refira-se, a propósito, que Maria José Marques da Silva foi a primeira mulher a assumir a liderança da Associação de Arquitetos do Norte.
A mesa redonda, moderada por Marinela Freitas, decorrerá na renovada sala de jantar do Palacete Lopes Martins (pr. Marquês de Pombal, nº 30), uma das duas casas que constituem a sede da Fundação Marques da Silva, um projeto nascido da visão do casal Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva para assim preservar o espaço de encontro das suas vidas: a arquitetura.
Dia
11 de Outubro, às 18h30
Local
Fundação Instituto Arquiteto José Marques da Silva (FIMS)
(Palacete Lopes Martins, Pr. Marquês de Pombal, 30)
Entrada livre.
A não perder!
- Joana Pestana Lages
- Jorge Figueira
- Patrícia Santos Pedrosa
- Moderação:
- Marinela Freitas
- Ciclo: E contudo, elas movem-se...na Arquitetura