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Armando Manuel de Castilho Rabaça Correia Cordeiro
De La Chaux-de-fonds à Voyage d Orient – A promenade architecturale e o espaço/tempo em Le Corbusier
Armando Rabaça propõe uma viagem a La Chaux-de-Fonds, terra natal de Le Corbusier, e aos locais mais significativos* da sua Voyage d’Orient, visando um “um olhar renovado sobre as origens da equação espaço/tempo na concepção arquitectónica de Le Corbusier.”
* La Chaux-de-Fonds, Vevey /Genebra, Istambul, Edirne (Adrianópole), Bursa, Salónica, Monte Athos, Atenas, Eleusis, Delfos, Nápoles, Pompeia, Roma, Tivoli, Florença, Galluzo, Pisa.
“A herança de Le Corbusier (LC) integra ainda hoje as bases disciplinares da arquitectura. Apesar dos anos da sua formação serem objecto recente de crescente interesse, muitos aspectos decisivos para o posterior desenvolvimento da sua obra continuam por estudar. É o caso do conceito de promenade architecturale. Questão tanto mais significativa quanto, pela sua natureza intrínseca, a arquitectura integrará sempre a equação espaço/tempo.”
“Os modelos da planta central das mesquitas e da arquitectura romana de Tivoli e a tentativa de síntese com a horizontalidade da vista sobre a paisagem, à imagem da Acrópole de Atenas, do Monte Athos, da Villa d’Este ou dos jardins da Vila Adriana geram pela primeira vez uma tipologia baseada numa sala de pé direito duplo com uma galeria superior com vista sobre a paisagem através do vão aberto no lado oposto. Este princípio, que se prende com a experiência de um percurso ascendente (como em Athos ou na Acrópole de Atenas), será repetidamente redesenhado na fase purista, como demonstram projectos como a Maison Citrohan, Immeubles Villas ou a casa de Ozenfant. Há assim uma relação próxima entre a sequencialidade espacial dos primeiros projectos, a viagem ao Oriente e a fase purista da década de 20.”
Excertos da proposta de viagem
O Júri congratulou-se com a qualidade das propostas concorrentes e reconheceu que o trabalho premiado se distingue por utilizar a investigação das fontes primárias de Le Corbusier, recentemente disponibilizadas, como ponto de partida para (re)construir a promenade architecturale da Viagem ao Oriente.
Pela sua qualidade intrínseca e pelos objectivos que incorpora, a proposta apresentada por Armando Manuel de Castilho Rabaça Correia Cordeiro honra a obra de Fernando Távora.
Armando Rabaça nasce em Coimbra em 1968. Conclui a licenciatura em Arquitectura no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (Darq-FCTUC) em 1997, onde é docente da disciplina de Projecto desde 1998. Integra a exposição itinerante “Geração 90” realizada pela Ordem dos Arquitectos em 1999 com a obra para os Primeiros Núcleos do Museu Municipal de Aveiro, em co-autoria com os arquitectos Gonçalo Canto Moniz e Nuno Morais, obra que integra a sessão “Escolhas – jovem criação contemporânea na Arquitectura” do 1º Congresso da Ordem dos Arquitectos, Évora, 2000. Desenvolve actividade profissional em Lisboa de 1997 a 2003, ano em que abre escritório em Coimbra, tendo sido premiado com Menção Honrosa no Projecto de Intervenção e Consolidação da cidade histórica de Erice, Sicília, no âmbito do Europan 9, 2007. Em 2006 foi comissário da região centro da exposição Habitar Portugal 03/05, promovida pela Ordem dos Arquitectos. Actualmente desenvolve a tese de doutoramento, subordinada ao tema “Le Corbusier e a promenade architecturale”, sob orientação dos Professores José António Bandeirinha (Darq-FCTUC) e Francesco Passanti (University of Texas at Austin, School of Architecture).
Imagens
© Roteiro proposto sobre desenho de Le Corbusier
© Mosteiro Simonos, Petra, Mt Athos, Charles Edouard Jeanneret, 1911
© Mesquita Verde, Bursa, Charles Edouard Jeanneret, 1911
Armando Rabaça © DR
fonte: oasrn.org