Estudo sobre sustentabilidade da arquitectura tradicional portuguesa premiado internacionalmente

Categorias: Arquitetura

Uma investigação levada a cabo por três cientistas da Universidade do Minho venceu recentemente o prémio de melhor artigo na conferência internacional “Vernacular Heritage & Earthen Architecture: Contributions for Sustainable Development”. Ricardo Mateus, Luís Bragança e Jorge Fernandes são os investigadores deste estudo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e que segundo a Universidade do Minho, é o primeiro do género a ser realizado em Portugal.

 

O estudo visa adaptar ensinamentos de gerações à construção actual e para tal, a equipa de investigadores está a quantificar o contributo dos princípios utilizados na arquitectura tradicional portuguesa para a sustentabilidade dos edifícios, nomeadamente ao nível do comportamento térmico passivo.

 

As tecnologias da arquitetura popular são desconhecidas por muitos arquitetos e engenheiros. Na foto, um exemplo do Palheiro de Mira

 

Construções adaptam-se ao clima e à região

Os investigadores pretendem monitorizar três casos de estudo: a casa granítica da Beira Alta, com varanda envidraçada orientada a sul para aproveitar o sol, compartimentos com poucas aberturas para o exterior e organizados em redor da lareira. Já os palheiros de Mira, na costa do distrito de Coimbra, são casas de pescadores em madeira (na zona abundavam pinhais e a madeira era o melhor material para construir em solo arenoso) e que nalguns casos atingiam três pisos de altura. Sobre a casa-pátio do Alentejo, o pátio, as fontes e a vegetação interior, a inércia térmica das paredes espessas e os vãos pequenos para limitar a entrada do sol, entre outros detalhes, são estratégias que permitem o arrefecimento passivo durante a estação quente.

 

 

Nesta casa típica de Évora, o pátio, as fontes e a vegetação interior, a inércia térmica das paredes espessas e os vãos pequenos permitem o arrefecimento passivo durante a estação quente

 

As tecnologias construtivas dos edifícios tradicionais – também conhecidas por “arquitetura popular” ou “construção vernácula” – são desconhecidas por muitos arquitetos e engenheiros. “Há reconstruções em que se substitui erradamente taipa por tijolo”, elucida Ricardo Mateus, esperando que a investigação ajude a sensibilizar a comunidade e a indústria. O também professor do Departamento de Engenharia Civil da UMinho realça que as soluções arquitetónicas não são universais: “Há realidades totalmente diferentes e adaptadas ao clima local, otimizando o comportamento dos imóveis para o menor custo possível e através da utilização de materiais da região”.

 

Fonte: construir.pt

Fonte: http://www.uminho.pt

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