A proposta “O extremo (já não) mora aqui”, da autoria dos estudantes Bruna Kuhn, Hugo Costa, Marta Ferreira e Patrícia Reis, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), foi selecionada para integrar a exposição da 14.ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, no âmbito do Concurso Internacional de Escolas de Arquitetura e Urbanismo. A proposta foi uma das 30 escolhidas, entre 66 submetidas, num universo de 130 inscrições.
O trabalho apresentado centra-se na Barragem do Lindoso, situada na raia — lugar extremo, território fronteiriço entre Portugal e Espanha — e incide sobre a aldeia galega de Aceredo, submersa na altura da construção da barragem. A proposta procura construir um imaginário distópico em torno das consequências das alterações climáticas no território.
Passados 30 anos, em 2022, durante um intenso período de seca, a aldeia voltou a emergir, transformando-se num fenómeno turístico marcado por grande afluência e pela reativação de memórias esquecidas.
“Do urbano à habitação, da legislação à produção, os extremos mantêm-se no centro do debate”, sublinham os estudantes da FAUP, que acrescentam: “o projeto desafia a sua representação a partir da linha de água — que se expande e retrai —, dos solos — férteis e áridos —, e do clima — enquanto espaço e tempo —, concebendo um verdadeiro laboratório da água (e da sua ausência extrema), da comunidade e do território”.
A 14.ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, com o tema ‘Extremos – Arquiteturas para um Mundo Quente’, decorre entre 18 de setembro e 19 de outubro de 2025, no Parque Ibirapuera, na capital do estado paulista.
A edição deste ano, com curadoria de Renato Anelli, Clevio Rabelo, Jerá Guarani, Karina de Souza, Marcella Arruda e Marcos Cereto, propõe uma reflexão sobre o papel da arquitetura e do urbanismo na resposta à crise climática, reunindo na icónica Oca propostas que cruzam ciência e tecnologia com saberes tradicionais.
