“Há uma crueza nos contos portugueses, são os melhores” op. cit. Paula Rego
Há também uma crueza na arquitectura popular portuguesa, que esta a casa quis reafirmar. A meia encosta, existe uma casa, que se quis ampliar.
O acréscimo de uma sala e cozinha, fez-se por prolongamento da silhueta, alongando a linha da cumeeira e dos beirados. Foi o chão que se articulou em patamares, acompanhando o declive natural do terreno e permitindo um pé direito desafogado na zona nova. O arquétipo da casa alentejana é reconstruído com as adaptações necessárias para garantir os níveis de conforto actuais. A sala e a cozinha existentes deram lugar a mais dois quartos, permitindo que exista uma separação nítida entre a zona diurna e nocturna da casa.
A subtileza do projecto está no reaproveitamento das chaminés existentes. A criação de 2 instalações sanitárias na posição do “lume de chão” da antiga cozinha e sala, foi requintada com a transformação das chaminés em clarabóias, dotando de luz e ventilação natural os dois espaços de duche.
As janelas de soleira, verticais e negras, ritmam regularmente plano branco da fachada do terraço.
A linguagem dos maciços brancos alinhados e paralelos à fachada foi repetida na zona ampliada. É o pontuar rítmico da cobertura, através das chaminés, numa atitude congruente com a arquitectura vernacular alentejana, que reveste esta casa de uma coerência formal, natural à pré-existência, à natureza do local e à simplicidade da região.
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Projeto
Casa W
Tipo
Reabilitação / Ampliação
Localização
Estremoz, Alentejo, Portugal
Arquitetura
ARTE TECTóNiCA, João Cassiano Santos
Estabilidade
José Lourenço
Fotografias
Área
266 m2
Ano
2009-2010