A zona Ocidental de Lisboa é caracterizada pela sua posição geográfica invejável, com franca exposição a Sul e ampla visibilidade para o rio Tejo.
Apesar das potencialidades intrínsecas a esta situação geográfica privilegiada, a zona da Ajuda caracteriza-se, actualmente, pela forte dualidade entre um tecido urbano com um valioso património cultural coexistente e um edificado degradado e espaços urbanos desconexos. Urge assim a necessidade de requalificar arquitectónica e funcionalmente esse conjunto edificado desqualificado, promovendo a integração dos elementos dissonantes e garantindo a melhoria das condições de habitabilidade e salubridade.
O edifício em questão inscreve-se num conjunto urbano a demolir integralmente para construção de edificado de realojamento de baixo custo. A proposta desenvolve-se pretendendo dar continuidade à frente de rua existente, dispondo a fachada principal no alinhamento dos edifícios no topo da rua e configurando o fecho do quarteirão.
O edificado existente, na sua maioria com uma cércea de 3 pisos, permite estabelecer um edificado de acompanhamento, também ele com 3 pisos e uma cércea quebrada ao longo de 3 edifícios acompanhando o forte declive do arruamento. A frente edificada é, ainda, rasgada tranversalmente por 3 vazios, que permitem a permeabilidade visual para um logradouro que se pretende verde, e que permite transpor para o espaço público a ideia de espaço verde.
As dimensões reduzidas e a diversidade tipológica pretendida condicionaram a opção por uma solução de distribuição de acessos através de três pontos, um deles dotado de elevador. Em cave, é garantido estacionamento privativo a todas as habitações, sendo o acesso efectuado por meio de rampa a partir do lado Sudeste do edifício, junto à empena contígua.
Projeto
Edifícios na Travessa das Dores
Localização
Lisboa
Arquitetura
Gonçalo Byrne Arquitetos
Fotografia
João Morgado
Ano
2010-2015