Marginal de Esposende

O projecto, insere-se na marginal de Esposende- uma vila situada na costa ocidental-Norte de Portugal e consistia, fundamentalmente, na construção de um aterro ribeirinho com a implantação de várias estruturas edificadas de uso público.

Inicialmente, o projecto contemplava alguns elementos que não tiveram seguimento na fase e execução/ construção por terem tido parecer negativo do já extinto Instituto de Protecção da Natureza. Um deles, consistia na implantação de três estruturas palafitas cravadas no leito do rio, que suportavam “ cubos” em vidro, com 5x5x5 m de dimensão, e que se destinavam a estufas com programação didáctico/pedagógica para reconhecimento da vegetação da zona.
Estes cubos eram visitáveis a partir de um passadiço ( que foi construído) que se desenvolve sobre o plano de água.
O IPN considerou que estas estruturas poderiam interferir negativamente no perfil natural do sítio.

Também o tratamento paisagístico idealizado pelo Arqº paisagista João Nunes para a área alagável, situada entre o passadiço metálico e a marginal, não teve seguimento.
Nessa faixa intertidal, seria depositada terra armada em determinados pontos, formando pequenas “colinas” com formas hidrodinâmicas que , mais tarde, seriam recobertos pela própria vegetação natural.

O projecto tinha subjacente um conceito que, no essencial, se resume ao seguinte: dar protagonismo e prioridade à paisagem natural, negando a artificialidade pelo excesso da forma, do design e dos materiais tantas vezes exibidos em
intervenções urbanas recentes. Tinha também um objectivo didáctico: o de sensibilizar a população para a necessidade de preservar a flora autóctone, como forma de manter um eco sistema que caracteriza e define, afinal, a beleza daquela paisagem.