Projeto de Requalificação e Valorização da Pateira de Frossos

Categorias: Paisagista

Requisitos de programação e âmbito de intervenção

Criar três percursos de interpretação da paisagem. Num total de 11,840m, definidos numa rede densa de caminhos agrícolas existentes ao longo das margens do rio Vouga, associados a 3 cores pré- estabelecidas para cada um.

Criação de novos troços que possibilitem a unificação física dos percursos; apenas cerca de 420m correspondem a novos traçados, 83m destes percorridos sobre passadiços devido ao estrangulamento entre o rio Vouga e o núcleo urbano de Angeja.

Consolidar, drenar e reparar percursos aumentando as condições de conforto da sua utilização, alargando o período disponível para a sua vivência.

Sinalizar e permitir a orientação no terreno.

Aumentar a atractividade dos percursos gerando espaços de estadia e apoio a atividades de lazer.

Respeitar, consolidar e intensificar a estrutura da “paisagem Bocage” presente, cujos benefícios de adaptação aos agentes erosivos e equilíbrio com o sistema natural é reconhecida.
Objetivos da solução implementada
Um património ambiental e humano rico em constante mutação e o programa de projeto, sugerem a intenção do Homem em explorar outros recursos que este território oferece, nomeadamente o conhecimento da paisagem e fatores de que depende o seu desenvolvimento. Recreio e lazer, observação da fauna e flora, dos ciclos da água e das atividades agrícolas que aí têm lugar, são objetivos explícitos do projeto. A conservação dos valores naturais e culturais e a manutenção do equilíbrio dinâmico deste habitat, salvaguardado das perturbações que a implementação do programa pudesse indiciar, é o objetivo implícito, essencial.
Relevância da obra
Intervir em paisagens agrícolas ativas é cada vez mais um desafio atual da profissão. Permitir o usufruto destas sem interferir com a vivência das populações que a habitam e mantêm, torna-se obrigatório para o sucesso destas intervenções.

A utilização de soluções de projeto quase miméticas com os restantes elementos da paisagem para resolver requisitos programáticos, ou os que se julgaram necessários à vivência do espaço, aliados aos baixos custos de implantação constituem o mérito da proposta.
O crescente reconhecimento destas paisagens agrícolas, auto-sustententáveis, como espaços de recreio e lazer disponíveis à população em geral, e com benefícios para as populações locais, leva a querer que a obra realizada, com investimentos públicos reduzidos, é uma resposta adequada ao problema e, consequentemente, uma referência importante para futuras intervenções nestes contextos onde a manutenção da paisagem é essencialmente assegurada por privados.

Potencialidades e constrangimentos

Foram constrangimentos da obra o ininterrupto convívio com a intensa atividade agrícola e com os conflitos que esta implicou, a vulnerabilidade da rede de percursos relativamente à variação do nível das águas do rio Vouga e a ténue distinção entre espaço público e espaço privado que resulta do traçado dos percursos.
Contudo, uma intervenção que se quis delicada sobre este território, trabalhado diariamente por “fazedores de paisagem”, permitirá revelá-la digna da designação de “parque metropolitano”, sabiamente mantido ao longo de gerações que demonstraram saber adaptar-se às imposições a que a Natureza os obrigou.

Geograficamente, a possibilidade de acesso das populações das grandes áreas metropolitanas do Porto, Aveiro e Coimbra a uma tão vasta e variada paisagem, através de uma intervenção de dimensões e custos contidos, é a principal potencialidade da obra.
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