Vista do Paço

O projeto Vista do Paço tem no seu nome duas características fundamentais – localiza-se em Paço de Arcos, Oeiras, e tem uma vista mar privilegiada. Trata-se de um condomínio habitacional composto por 10 moradias de tipologia V5, que se distribuem no terreno em duas modalidades distintas – 4 moradias isoladas que formam a frente de rua do lote e dois conjuntos de 3 moradias geminadas, atrás das isoladas, implantadas a uma cota superior e sobre a garagem comum.

O bairro em que o empreendimento se insere é composto por moradias unifamiliares ou plurifamiliares com 2 ou 3 pisos acima do solo e foi construído, maioritariamente, na 2ª metade do séc. XX. Pretendia-se uma integração urbana harmoniosa, embora com um carácter assumidamente novo e que revitalizasse a imagem urbana do bairro.

O terreno em causa apresenta um acentuado desnível orientado a Sul, e o projeto inicia-se com a definição de socalcos e patamares para pousar as novas construções, integrando-as na malha urbana existente, onde se verificam construções mais pequenas na frente rua, e maiores a norte. Assim se implanta o projeto, integrado na sua envolvente, e tirando partido das vistas, dos socalcos, enfiamentos visuais, e exposição solar.

A relação entre moradias, a sua proximidade, os enfiamentos visuais e a profundidade de campo que se consegue através desta implantação cria um conjunto de espaços com escala urbana diversificada. O resultado é um espaço verde fluido, interligado e com a garantia da privacidade entre cada moradia.

O piso 1 de cada construção materializa-se como um grande volume encerrado em bambu, cujas portadas em ripado se abrem em harmónio, criando um jogo dinâmico de cheios e vazios. Estes volumes assentam sobre um piso térreo aberto para os jardins e piscinas através de grandes envidraçados. Esta composição permite uma classificação energética de A+ em todas as moradias, aliado à escolha do bambu como material sustentável de longa duração. Todos os materiais interiores são portugueses, (pavimentos pétreos, loiças sanitárias, torneiras, ferragens, vidros) o que contribui também para uma pegada ecológica reduzida e uma valorização da economia nacional.

• Francisco Nogueira