– Intervir numa preexistência implica a compreensão do seu contexto e da sua capacidade de transformação. É o momento de construir uma camada temporal, que se junta a tantas outras já sobrepostas e até contraditórias.
A articulação dos espaços interiores desta nova habitação surge em função do potencial que da construção existente se foi intuindo e amadurecendo. Dos três pisos que a constituem, apenas dois se encontram acima da cota da rua. O nível inferior acompanha o acentuado desnível do morro onde se insere, abrindo-se para um terraço situado na parte posterior.
Neste piso, existe apenas uma sala e um espaço técnico. Subindo ao piso da entrada, encontramos os quartos e os sanitários. O piso superior está reservado para as áreas de maior permanência, salas e cozinha. O pé-direito elevado e a estrutura de madeira aparente da cobertura caracterizam este espaço. O branco unifica paredes e tectos, o negro destaca-se em painéis de mobiliário e no chão corre o mel quente da riga. Os espaços das casas velhas têm uma capacidade extraordinária de reinvenção.
Este modo criativo de habitar contagiou a nossa forma de conceber esta ideia de vivência de um esquema aberto, fluido, de discretas transições espaciais.
Um sistema intermitente de habitar e produzir trabalho. E daqui, abrir-se à cidade.
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Projeto
Localização
Porto, Portugal
Arquitetura
Projeto Estruturas
Eng. Mateus Gomes / Poliedro – Centro de Projectos de Construção, Lda.
Fotografia
Luís Ferreira Alves
Área de Construção
207 m2
Ano Conclusão
2006