Restaurante Santo

No quarteirão que outrora terá sido o coração das artes cénicas da cidade do Porto, representados por dois edifícios icónicos do espectro arquitectónico desta cidade, o cinema Batalha e o Teatro Nacional S. João, localiza-se o restaurante Santo.

Tanto o seu nome como o desenho do próprio espaço surgem de diversas reinterpretações do contexto onde este se encontra.

O carácter teatral do momento da entrada é marcado por uma pala fortemente iluminada que remonta a memórias das grandes entradas dos cinemas dos anos 50 associados a um grande espírito social que é pretendido para este espaço.

O referido momento de chegada é colmatado por um bar que encontra a sua forma curva numa referencia ao organicismo da fachada do cinema batalha.

A presença de troncos de lenha na entrada indica-nos algo que iremos encontrar no interior com um carácter de destaque, quase que como num pedestal central do espaço, o forno a lenha, onde são confeccionadas as pizzas, assumindo este destaque através da sua tectónica, uma pastilha espelhada que lhe confere o “glow” que este elemento pretende.

O espaço é repartido e organizado através de uma parede de ferro e vidro de cunho industrial que camufla toda a área de serviços, pontuado por alguns momentos em que se “abre” ao público, tais como a cabine do disk jokey e o talho.

Culinariamente o restaurante foca a sua carta em especialidades italianas, com destaque à pizza, assim como as carnes de excelência grelhadas, enquadradas no conceito de steakhouse, oferecendo 100 lugares sentados aos seus clientes.

O espaço comercial instalado neste espaço anteriormente impôs as diretrizes da intervenção, uma reconversão total e radical, que procura criar uma atmosfera contemporânea com um espírito jovem, num compromisso compreendido entre oferta gastronómica, disposição de layout interior e plasticidade, resultando num espaço confortável que respeito a dinâmica de gestão do vazio.

• Alexander Bogorodskiy