Ciclo Moderna Arquitetura Portuguesa

Início em 06/03/2019 até 27/03/2019

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«Todos os povos vivem, mais ou menos, confinados no amor de si próprios. Mas a maneira como os portugueses se comprazem nessa adoração é verdadeiramente singular. Portugal vive-se ‘por dentro’ numa espécie de isolamento sublimado, e ‘por fora’ como o exemplo dos povos de vocação universal, indo a ponto de dispersar o seu corpo e a sua alma pelo mundo inteiro.»
EDUARDO LOURENÇO, «TEMPO PORTUGUÊS», PORTUGAL COMO DESTINO SEGUIDO DE MITOLOGIA DA SAUDADE, 1999.

Qual o poder da arquitetura? Porque se diz que não é possível imaginar um país sem pensar na sua arquitetura? A arquitetura é a imagem de um povo? Podemos falar de uma diáspora da arquitetura portuguesa? A afirmação da arquitetura moderna portuguesa tem sido acompanhada por uma crescente internacionalização que conduziu hoje ao reconhecimento pleno e unânime de uma produção arquitetónica de referência mundial. Neste processo, as viagens de estudo, os contactos entre arquitetos, escolas e organizações, os prémios associados à difusão mundial, desempenharam um papel fundamental tendo conduzido à consagração de obras e autores. Neste ciclo, entre a «habitação para o maior número» e a monumentalidade da Obra Pública, o percurso da arquitetura moderna portuguesa é realizado a partir do início do século XX até à atualidade. O objetivo destas conversas não é simplesmente discutir obras de referência, ação de criadores ou iniciativa de encomendadores, mas usá-las para promover o debate de ideias em torno do papel da arquitetura na sociedade e da sua contribuição para a construção de um mundo melhor.

PROGRAMA:

6 Março | 18:00 às 19:00

Progressistas e Culturalistas no dealbar do século XX. Ventura Terra (1866-1919) e Raul Lino (1879-1974).

Entre a Inovação e a Tradição (Marques da Silva, Álvaro Machado, Adães Bermudes, Rosendo Carvalheira).

A questão da casa portuguesa.


Teixeira de Pascoaes, a arte de ser português, 1915; Raul Lino, A Casa Portuguesa, 1929.

13 Março | 18:00 às 19:00

O Primeiro Modernismo, novos materiais e novos programas. O Capitólio, o IST e o Pavilhão do Rádio.

Arquitetura, Ideologia e Imagem de Poder. Duarte Pacheco e a Política de Obras Públicas. Pardal Monteiro (1897-1957); Jorge Segurado (1898-1990); Cassiano Branco (1897-1970); Cristino da Silva (1896-1976), Carlos Ramos (1897- 1969)


I Salão dos Independentes, Lisboa, SNBA, 1930; Orfeu, Luís de Montalvor, e a Ática.

20 Março | 18:00 às 19:00

Afirmação da Arquitetura Moderna: Congresso, ICAT e ODAM. O Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa. Fernando Távora (1922-2005), Keil do Amaral (1910-1975), Nuno Teotónio Pereira (1922-2016). Fundação Calouste Gulbenkian: a Obra Global com Ruy d’Athouguia, Alberto José Pessoa e Pedro Cid, Ribeiro Telles e Viana Barreto.


Keil do Amaral, Uma Iniciativa Necessária, 1947; Fernando Távora, O problema da casa portuguesa, 1947; Orlando Ribeiro, Portugal o Mediterrâneo e o Atlântico, 1945; Sofia de Mello Breyner Andresen, Mar Novo, 1958; A Arquitectura Popular em Portugal, 1961.

27 Março | 18:00 às 19:00

Dos anos 1960 ao processo SAAL e à afirmação da arquitetura portuguesa. Pluralidade e diversidade, situação pós-moderna e procura de uma identidade. Álvaro Siza (1933- ) e a internacionalização: Eduardo Souto Moura (1952-); Carrilho da Graça (1952-). Os Prémios Pritzker e as novas gerações: Aires Mateus, Paulo David, Falcão de Campos, ARX, Bak Gordon, João Mendes Ribeiro, Inês Lobo, João Favila, SAMI. Trabalhar com a memória e a história: do CCB à Expo 98 e à reconstrução do Chiado.

Eduardo Lourenco, Portugal como destino seguido de Mitologia da Saudade, 1999; Álvaro Siza, Profissão Poética, 1988

Ana Tostões

Professora Catedrática
Presidente DoCoMoMo International

Professora Catedrática no IST-Universidade de Lisboa e presidente do Docomomo Internacional. Durante o seu mandato, o Docomomo passou de uma organização maioritariamente europeia para uma dimensão global coordenando mais de 70 países nos cinco continentes (

www.docomomo.com

). Visiting Professor da Universidade de Tóquio, da École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Katholik University Leuven, da Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de Barcelona, da Universidad de Navarra e da Universidade do Porto. Comissariou a Exposição Arquitectura do Século XX em Portugal, patente no CCB e no Deutsches Architektur Museum, em Frankfurt. Publicou Idade Maior, Cultura e Tecnologia na Arquitectura Moderna Portuguesa (FAUP, 2015) galardoada com o Prémio da X Bienal Ibero-Americana de Arquitectura y Urbanismo e editou Arquitectura Moderna em África: Angola e Moçambique distinguido com o prémio Prémio Gulbenkian da Academia Portuguesa de História (2014). É atualmente investigadora responsável do projeto Cure and Care focado no estudo dos equipamentos de saúde construídos em Portugal no século XX.

Local

CCB – Centro Cultural de Belém

Centro de Congressos e Reuniões | Piso 1

Dias

6, 13, 20 e 27 março (quartas)

Horário

18h-19h

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ORADORES
  • Ana Tostões
ESPECIFICAÇÕES
  • Tema: Ciclo Moderna Arquitetura Portuguesa
  • Oradora: A diáspora e a arte de ser português por Ana Tostões
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