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A Câmara de Lagos, no Algarve, anunciou a adjudicação da obra de intervenção do centro de acolhimento ao visitante do antigo balneário romano da Praia da Luz, para que o espaço possa ser aberto ao público.
A obra, orçada em 312.000 euros mais IVA e com um prazo de execução de 240 dias, prevê a “conservação, valorização e divulgação” daquele sítio arqueológico das ruínas romanas da Praia da Luz, com a criação de “condições para a reabertura do monumento à fruição pública, incluindo o acesso a cidadãos com mobilidade condicionada”, justificou o município em comunicado.
A mesma fonte precisou que o projecto de arquitectura “contempla a criação de um edifício de acolhimento ao visitante”, assim como “a implementação de percursos de visita, hierarquicamente definidos” ou “acções de conservação e consolidação das ruínas”.
“A interpretação do edifício termal” ou “acções pontuais de reconstituição que permitam ao visitante percepcionar melhor a estrutura outrora existente, bem como a divulgação dos resultados obtidos e da intervenção arquitectónica implementada” são outros objectivos do projecto.
“O programa de intervenção compreende trabalhos de interpretação da estrutura arquitectónica arruinada, bem como a sua reconstituição, comunicada de diversas formas”, referiu a autarquia do distrito de Faro.
Entre as várias forma de comunicação apontadas pela autarquia para fazer a interpretação e reconstituição estão os “painéis informativos, colocados junto do monumento”, uma “maqueta integral que ficará exposta no espaço expositivo do edifício de apoio” e “uma simulação tridimensional virtual, com animação 3D [em três dimensões], onde se reconstituirá o percurso dos banhistas no Balneário Romano”, acrescentou.
“O edifício e o circuito de visita propostos têm assim como objectivo a dignificação do sítio arqueológico e a sua devolução à população, agora acompanhado de uma contextualização científica que desvela a história deste edifício termal e a sua integração num importante núcleo industrial de época romana”, considera a Câmara de Lagos.
O município menciona que esta intervenção integra o projecto “Rota das Estações Arqueológicas de Lagos”, que deu origem a uma candidatura da autarquia a fundos comunitários programa do CRESC Algarve 2020, e representa “um investimento elegível de 384.260,00 euros”, financiado a 70% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Vestígios arqueológicos do que terá sido um amplo complexo termal
A “Estação Arqueológica Romana da Praia da Luz” encontra-se numa zona actualmente urbanizada e rodeada de áreas de acesso à praia.
“Infelizmente – esclarece a descrição do Património Cultural da DGPC – , chegaram até aos nossos dias apenas alguns ténues vestígios daquele que teria constituído um amplo complexo termal pavimentado com mosaicos, bem como das estruturas dos tanques quer serviriam ao desenvolvimento da actividade industrial de salga de peixe”.
©Lusa/DI