Hotel Ozadi

Categorias: Hotéis

A reabilitação é um termo da medicina que se reporta ao processo global e dinâmico orientado para a regeneração física e psicológica do ser humano. Em arquitetura está associado ao  processo crítico de aferição dos elementos essenciais, dos que devem permanecer, dos que devem ser removidos e dos novos, as próteses, que poderão ser adicionados. As intervenções seguem duas opções: a recuperação arqueológica de mimetização do que foi no passado e a contemporânea por confronto com realidades do presente. O objetivo foi o da busca pelo equilíbrio entre o existente e o contemporâneo. O edifício foi desenhado nos anos 70 e tem características que me interessou manter e que influenciaram o desenho dos novos elementos. Entendo os edifícios não como elementos estáticos mas como estruturas vivas que interagem sobre nós e são parte da experiência quer ao nível do programa quer da sua expressão estética.

Não existe uma inspiração onírica. O processo é pouco linear e o desenho final é resultado de diversos momentos de projeto com diversas intersecções com o cliente. 

O fundamental da nova estrutura é a preocupação pelo conforto, tanto na esplanada como no espaço lounge. A madeira foi um material que emergiu desde o primeiro momento, muito ligado a uma procura de relação com a envolvente próxima, até mesmo com a própria árvore que se localiza ao seu lado. O edifício procura encontrar o terreno e a envolvente de forma equilibrada e harmoniosa sem deixar de afirmar a sua personalidade e o seu carácter,  numa proposta espacial inovadora. Esse foi o desafio determinante para afirmar a eficácia arquitetônica na busca de uma nova proposta de valor do produto turístico.
Nos anos 20 e 30, a indústria estava muito entusiasmada com o arquiteto e as possibilidades que em conjunto podiam construir. Hoje a indústria está de costas voltadas, pouco interessada em soluções inovadoras e mais interessada na repetição de soluções standard. 
Esta situação obriga os arquitetos a serem constantemente confrontados com catálogos, escolhas standard e impossibilitados de desenhar soluções. Sempre que podemos ou conseguimos tentamos fazer pontes com a indústria, com os empreiteiros, com os carpinteiros, serralheiros ou canteiros, para criarmos em conjunto soluções. Neste caso a cobertura é uma hiperbolóide em madeira, uma figura geométrica que permite vão grandes com menos material, e onde os travamentos são todos a distâncias diferentes. As grelhas de ensombramento foram desenhadas para o edifício. O concreto permite a consola de 6 metros em direção à piscina.

Tentamos sempre ter muito, muito cuidado com a escolha dos materiais. A espacialidade e o conforto dos ambientes são projectados por nós de tal forma a que a luz tenha muita importância, e o material é fundamental nesta ideia de espaço. Outro caso exemplar desta abordagem é a extensão do Oceanário de lisboa, em que a peça de cerâmica da fachada, desenhada e desenvolvida para este edifício, tem um papel fundamental no desenho da luz no seu interior e exterior.
TAGS
LINKS
FICHA TÉCNICA

Projeto

Hotel Ozadi


Localização
Tavira, Portugal

Cliente
Gracer, SA


Arquitetos

Pedro Campos Costa

Equipe de Projeto
Pedro Campos Costa, Verónica de Mello, Silvia Bechi, Giulia Castelarin, Werner Peruzzo, Nuno Pereira , Ana Isabel Fernandes, Gonçalo Pacheco, Katarzyna Augustyniak e Daniela Figueiredo
Interiores
Lara Matos e Verónica de Mello
Engenharia Estrutural
Miguel Lourenço JSJ estruturas
Iluminação
Paula Rainha

Fotografias

José Campos

FOTOGRAFADO POR
Galeria
projetos RELACIONADOS
PUBLICIDADE