Pavilhão Serralves

Categorias: Efémera

O pavilhão exibe a vídeo instalação dos artistas Bárbara Wagner e Benjamin de Burca no contexto da “Incerteza Viva: uma exposição a partir da 32ª Bienal de São Paulo” no Museu de Arte Contemporânea e no Parque de Serralves, no Porto.

O Briefing inicialmente apresentado não era claro relativo ao local e obra artística que iria albergar e, por este motivo, as premissas pavilhão assentam desenvolver um objeto arquitectónico que explora a ambiguidade entre o trabalho apresentado, da sua envolvente.

Com o intuito de respeitar o espaço do Parque e de criar um objeto leve, desenvolvemos uma peça que pousa em apenas dois pontos no solo e que se destaca como um objecto arquitectónico, criando um momento diferente. Neste exercício arquitectónico explora-se uma relação subtil de respeito com o meio envolvente, a topografia, a vegetação e os percursos.

É com alguma simplicidade que o pavilhão reage a estes elementos envolventes. Quisemos assumir a proposta como se de um objecto se tratasse, um objecto que não focasse nos preceitos de um normal pavilhão. Assim, e tendo em conta a necessidade de expor uma obra em formato de projeção, a forma segue um principio da abertura de luz de uma projeção ou até de uma ampulheta, e num só gesto, ser capaz de filtrar e jogar com a luz e criar uma relação de equilíbrio entre dois contextos, o parque de Serralves e a obra exposta.

Ao olharmos para o corpo do pavilhão denota-se um aperto em curva na zona central, que nos garante um controlo da luz natural sem barreiras físicas e por seu resultado, também, um afastamento vertical do solo parque, revelando leveza e incitando ao instinto da curiosidade pelo desconhecido, do que possa estar para além do buraco, uma passagem quase “angustiante” perante o objeto até se atingir o outro lado e dar espaço à projeção da obra artística.

A luz, o percurso, a curiosidade e a procura pela descoberta são então trabalhados num só gesto, resultando numa peça que não se sobrepõe ao Parque de Serralves e à obra de arte mas, pelo contrário, os enaltece. Um conector entre duas realidades no espaço e no tempo. Em paralelo, é um objecto estranho que foge à linguagem comum da “caixa” e também por isso, desperta a curiosidade do observador desafiando os limites entre a pessoa e a obra de arte, tornando-os meras nuances.

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FICHA TÉCNICA
Projeto
Pavilhão Serralves
Localização
Porto, Portugal

 

Arquitetos
FAHR 021.3

 

Autores

Hugo Reis, Filipa Frois Almeida, Catarina Azevedo, Sérgio Marafona
Área
25.0 m2
Ano do projeto
2017

Curadoria

Jochen Volz, João Ribas
Produção
OTTIMA ARTWORKS
Promotor
Fundação de Serralves
Engenharia
NCREP

 

Fotografias
José Campos
FOTOGRAFADO POR
Galeria
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