A Casa da Piscina teve como premissas fundamentais criar equilíbrio e harmonia na disposição conturbada do seu contexto, tal como não acrescentar mais desordem na envolvente existente.
Com o recurso constante a pequenos artifícios que viriam a garantir a serena disposição de uma nova arquitectura num contexto rural. Pequenas reentrâncias, enquadramentos bem definidos, alhetas e a sobreposição de panos de vidro e de betão, foram alguns dos elementos que por pequenos que fossem se tornaram agregadores do conjunto.
Assim, e evitando excessivas compartimentações, combinou-se diferentes planos verticais de forma a definir claramente a estrutura de apoio para um pequeno pavilhão de vidro de 60 m2, com kitchenette, sanitário de serviço e uma piscina rectangular implantada no exterior.
Ainda relativamente ao pequeno pavilhão este define-se por ser um objecto de forma regular, de 6m x 10m e 2.7 m de altura, que ocupa um lugar de destaque sobre uma plataforma de betão, que por sua vez se apoia entre o patamar intermédio e o muro limite a poente, libertando assim espaço à cota mais baixa, para o acesso automóvel, uma zona técnica e um balneário de apoio à piscina.
Relativamente ao exterior, aproveitou-se as diferentes cotas e patamares e definiu-se a entrada à cota mais baixa, potenciado a criação de percursos cénicos, ricos em acontecimentos espaciais que se desvendam ao longo das diversas escadas e rampas.
Por fim, conclui-se que o recurso a todos estes elementos e a correcta conjugação dos mesmos, foram fundamentais para este projecto, pois são estes que agregados atribuem a ordem e a leveza necessária, a um projecto que “per si” teria de lidar com um forte caos na envolvente.
Projeto
Casa da Piscina
Localização
Marco de Canaveses
Arquitetura
António Cruz Lopes
Fotografias
José Campos – Architectural Photographer